O Beco

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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

What the Bleep do We Know?

Este texto é uma leitura do documentário citado acima.

"O nosso cérebro processa 400 bilhões de bits de informações por segundo mas só tomamos conhecimento de 2.000 bits. Ou seja a maior parte da informação é perdida e só tomamos conhecimento do que o cérebro interpreta como realmente importante"
Este é o motivo de muitas pessoas com atenção focada não se darem conta do ambiente. Eles conseguem restringir seus 2.000 bits para uma unica atividade. 
Bom, como o cérebro decide a qual informação dará mais importância? Este filtro de informação pode ser chamado de personalidade. Desde criança vamos dando atenção a um tipo específico de informações que irão formar núcleos cognitivos-afetivos pelos quais toda informação será filtrada. Estes núcleos podem ser alterados, sendo que quanto mais tempo se passa de sua formação mais dificil fica a mudança deste núcleo.
Este núcleo nada mais é do que formações neuronais de interpretação automática da realidade. Eles fazem com que acreditemos que toda informação processada corresponde exatamente à realidade.
E quem pode nos dizer que tudo que vemos é realmente o que acreditamos ser? Como poderemos saber se a realidade é esta que imaginamos. Quem dita as regras é o nosso cérebro.
Todas estas teorias de psico-física podem hoje ser comparadas com antigas teorias psicológicas. Brentano já nos havia fala da "consciência intencional" e hoje a ciência pode comprovar este fenômeno, já que toda informação filtrada pelo cérebro é escolhida de acordo com núcleos cognitivos.
Exemplo: Um detetive é uma pessoa preparada para informações sensoriais. Ele se prepara durante a academia para focar toda sua atenção a dados sensoriais, ou seja, ele chega a uma cena do crime e percebe naturalmente (se necessitar concentração prévia) informações importantes que muitas pessoas não haviam visto. Um advogado naturalmente processa todas as suas informações por meio de lógica racional. E assim por diante. 
Todos nós só temos consciência de algo que é intencional.
Outra teoria comprovada é a da personalidade de Freud. É claro que não como Freud imaginava, mas realmente somos possuidores de um núcleo personal pelo qual vemos o mundo. E de uma certa maneira reducionista podemos caracterizar as pessoas no mundo em padrões mais ou menos similares e criar classes de personalidade para analisa-las (não sei se é interessante). 
O mais importante de se pensar é, como iremos enquadrar as pessoas em modelos de patologia sendo que não conseguimos comprovar o que seriam dados reais até hoje? Como podemos imaginar se alguém está sofrendo de algum transtorno mental?
Digo isto em casos graves intitulado de psicóticos, já que no caso de transtornos psiquiátricos como TOC, pânico, histeria, e outros, o próprio sofrimento do individuo já reflete um caso de desajustamento do sistema cognitivo ou do self.
Desta maneira, deixo vocês com esta dúvida latente, o que somos nós?, o que realmente entendemos do ser humano?, as teorias são verdadeiras?
A verdade é que só sabemos que algumas atitudes podem ajudar no sofrimento psiquico, é esta a parte cientifica da psicologia. Sabemos que determinada intervenção alivia o sofriemento de determinado individuo. Mas não sabemos o que aconteceu, isto não. Todos temos nossas teorias, uns preferem acreditar em grandes teóricos, outros preferem criar as suas próprias, e a unica coisa que os distinguem é a capacidade de fazer com que as pessoas acreditem que sua teoria é a resposta para os problemas da psicologia. Geralmente uma ação que promove alivio emocional é similar, o que muda é a forma como a interpretamos.

Um comentário:

  1. Parabens, pelo texto que é mto bom.Continue a nos dar o prazer de saborear textos interessantes

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