O Beco

O Beco

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Estatísticas!!!!

A probabilidade de se enlouquecer, em um mundo que é só seu, e em que somente você não se entende, é de 2 para 1.

Muito me interessa esta estatística, pois se é meu mundo, tenho que mantê-lo em ordem, e se não conseguir, quem perde ou ganha não é ninguém.

Neste meu mundo não sou solitário, apenas sozinho. Não faço e desfaço, pois posso bagunçar tudo.

Ninguém me conhece aqui neste mundo. Nos outros também não, já que este é o verdadeiro.

Das infinitas possibilidades que este mundo me preserva, de todas, a única que exerço é a de me abster.

Isto mesmo, vou me abster e me adentrar em outro, pois o meu mundo é cansativo.

Vou dizer a verdade, se a estatística prova que a probabilidade de enlouquecer é de 2 para 1, aqui é de 2 para 3. É sério, neste momento em que aqui estou, já acho que estou do 2 para 1 e 1/2.

E se acaso eu enlouquecer, serei feliz?

Mas também, só enlouqueço se não for satisfatória a sanidade.

Me perdi nos mundos meus e não meus.

Já não sei mais o que sou.

Que bom, pois saber quem sou me deixa muito cônscio de mim. 
Epa! Ato falho de louco!!!!

Presentificação da teoria Rogeriana!!!!

Quando eu estudava criei um esquema para entender mais fácil a "reiteração", a "reflexão de sentimento" e a "elucidação" em Rogers. É mais ou menos assim:

Todo cliente tem de ser visto como uma cidade em blackout. Ele não consegue enxergar nada, está tudo escuro e muitas vezes tromba em coisas. Então, ele liga para um psicólogo, o profissional que irá lhe ajudar a conhecer o lugar por onde está andando.

Através da "reiteração" o psicólogo irá iluminar o caminho do cliente com uma lanterna. Mas antes, o paciente deve dizer por onde estou passando. Ex:

"Eu estou em um lugar escuro"
"Então você está vendo tudo escuro"

O que o psicólogo fez foi iluminar o caminho pelo qual o paciente já havia passado. Logo após o psicólogo irá acender luzes de postes (Reflexão de Sentimento). Lógico, antes o cliente deve conhecer bem a rua, até porque, se não conhecesse a ligação da luz seria inviável. Ex:

"Toda essa escuridão me faz lembrar de minha infância. Nunca ninguém ficava comigo. Tinha muitas pessoas na casa, porém nenhuma comigo. Eu ficava em um quarto escuro."
"Você se sentia sozinha em sua infância"

E por último, mas muito raramente, o psicólogo pode ajudar o paciente a reforçar a luz, quando o conteúdo ainda não está tão manifesto. Ou seja, a pessoa já falou do seu problema, mas não o percebeu. Nesta hora o terapeuta fará a Elucidação. Ex:

"Toda essa escuridão me faz lembrar de minha infância. Nunca ninguém ficava comigo. Tinha muitas pessoas na casa, porém nenhuma comigo. Eu ficava em um quarto escuro."
"Você se sentia sozinha em sua infância. Me parece que você se sente sozinha agora também"

Gosto desta relação porque a cidade nunca estará inteiramente iluminada. No entanto, o psicólogo ajuda a pessoa a iluminar os pontos em que ela está trombando, tornando a passagem mais livre. Outra relação a ser feita é a da consciência intencional, o indivíduo apenas irá enxergar um foco iluminado, nunca a cidade inteira.

É isso, realmente é um esquema tosco, mas me ajudou muito a entender o que Rogers queria, deixar aqueles escritos metódicos e me aprofundar na terapia em si.

A pergunta em psicoterapia!!!

             A visão popular do psicólogo é a de um pesquisador, de alguém que se senta em uma poltrona, faz perguntas, anota respostas e logo após faz uma interpretação daquilo que foi dito.
Muitos psicólogos ficam em dúvida com relação à "pergunta" em psicoterapia, não psicanalistas ou behavioristas, mas psicólogos existenciais. "Como se faz uma pergunta" "Pode perguntar?" "Rogers perguntava?" "Usa-se o porquê?"
Como eterno estudante desta ciência eu lhes faço uma pergunta: qual o motivo de se perguntar "isto" ou "aquilo"? Se a resposta for "para saber se é verdade", ou, "para aprofundar mais", eu diria: não pergunte! O único motivo plausível, na minha opinião, para se perguntar é dar sequência à idéia do individuo. Assim, como diria Cancello, seguimos o fio das palavras. 
As perguntas em uma psicoterapia, quando bem feitas, levam o individuo a fazer contato com seu sentimento. Quando uma pergunta leva à reflexão, o individuo pode devanear no que quiser. Acredito que a única verdade em psicoterapia é o sentimento.
Então, aquele que pergunta visando uma resposta irá fatalmente matar a terapia e levar à masturbação mental.
Por exemplo, sempre que se pergunta "por que você fez isso?", o psicoterapeuta já espera alguma resposta e se não ouve o que quer pergunta de outra forma. Segue este caminho até ouvir o que quer, geralmente este psicólogo irá dizer: "Sabia que era Édipo". E se não consegue: "Isto é resistência".
O Psicólogo apenas deve facilitar ao cliente o conhecimento de si mesmo, assim, o cliente poderá fazer-se com maior facilidade. Então, qual seria a importância da pergunta. Nenhuma, nada "deve" em uma psicoterapia, quase tudo pode. O psicoterapeuta pode perguntar, desde que esta pergunta não deva ser respondida. 
 

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sorte ou Azar?

Sorte ou azar existem???
Falamos muito sobre liberdade e sobre escolhas.
Alguns falam que o termo certo é faticidade. Mas o que é isso?
Nós escolhemos ou não? Ou escolhemos dentro da possibilidade?
Realmente é difícil aceitar a condição humana.
Um dia eu estou escrevendo sobre liberdade, outro sobre angústia e outro sobre aceitar. 
E no fim, parece que nunca aceitamos nada. Outras vezes eu quero culpar alguém. Mas a quem? A DEUS??? Hahahah!!!!
Realmente não sei, e não saber é terrível. Por isso é fácil ser ignorante, vou voltar ao meu beco procurar um pouco de ignorância na televisão e no orkut.