O Beco

O Beco

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Masturbação Mental


           Todo o processo de ensino que vivi em minha faculdade pode ser descrito como “masturbação mental”. Muito se leu e discutiu, mas pouco se vivenciou, experienciou e realmente compreendeu.
            Um dos exemplos é a capacidade de desumanização que a faculdade provoca nos alunos que se sentem mais dotados de capacidade cognitiva. Digo isto porque muitos dos que não se sentem dotados destas capacidades não se empenham em compreender ou em masturbação, vão à faculdade a passeio.
            Dirijo me então a estes de quem chamo de masturbadores mentais, dos quais fiz e ainda, mesmo que em menor escala, faço parte. Estes indivíduos são ensinados a teorizar o homem através de pulsões, condicionamentos, ou características existenciais. Discutem teorias, conhecem Freud, Jung, Adler, Rollo May, Rogers, Beck, Skinner e outros, e conseguem articular primorosamente seus pensamentos em uma folha de papel. Mas o que muitos não sabem é o que é o ser humano. O que muitos não conhecem é a vivência do ser humano, sua dor e suas misérias.
            Um dia uma professora minha me disse que sempre que formos ler algo deveríamos ir direto a fonte, se formos estudar Piaget, devemos ler livros do próprio, se formos ler Freud, devemos ler livros do próprio. Hoje vejo que esta concepção de ir direto a fonte foi entendida e em certa parte explicada de forma insatisfatória. Ir direto a fonte é beber da mesma água, viver o que ele viveu, se estudo Piaget tenho que fazer experiências com crianças e entender como elas pensam. Devo estudá-las construtivamente, sem esperar que algo aconteça, devo tentar antes observá-la, logo após um relato do que aconteceu a professora entraria com a teoria.
            Não digo que os professores não nos estimulam a isso, digo apenas que o estímulo é parco em vista do estimulo à leitura. Hoje sei que muita coisa que li e disse foi mera masturbação mental. É lógico que aqueles autores, em sua maioria estavam certos quanto suas teorias, porém eu não as havia vivenciado e sendo assim, não havia compreendido o que realmente queriam dizer.
            Alguns professores realmente nos instigavam a estas experiências e admito que também fui um pouco negligente , achava tudo muito difícil e não gostava de procurar os estágios. E ainda nos estágios, pelo menos em alguns, conseguíamos essas vivências.
            Mas minha crítica recaí sobre a “high way”, sobre a base de trabalho, que a meu ver, poderia ser mais construtivista, ou seja, deveríamos viver mais o que aprendemos. Desculpem-me os psicanalistas, mas eu não compreendo o conceito de pulsão, apenas o entendo em sua extensão teórica, aquilo que fica entre o psíquico e o somático. É lógico que não espero que haja demonstrações de como funciona a pulsão em sala de aula. Mas isso apenas reforça o que eu penso e aprendi com Fritz, a faculdade é um grande centro de masturbação mental.

ME SIGAM NO TWITTER

FOLLOW ME --- TWITTER

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eu Ideal

Vivo sob o conceito de um EU ideal. Criei este eu social para uma vida social. Nunca imaginei que incorporaria este eu, nem que outro existia. Até o momento não tinha realmente pensado sobre o "eu", sobre mim. Vivo este eu social e hoje sei que é dispensável. Satisfazer as necessidades da sociedade não é o que me gratifica, muito menos me completa. Isto me deixa cansado, toma toda a minha energia e minha vida parece vazia.
É difícil desfazer-se deste Eu ideal, eu criei esta vida, seria como se eu começasse a viver agora, porém não é um recomeço, eu teria que destruir uma vida para sobre seus escombros criar outra.

É praticamente impossível, e não há uma forma fácil de se fazer. Mas pretendo realizar esta metamorfose!!!!

Ser e Estar

Sei que muitos já dissertaram sobre o Ser e o Estar. Vou falar de uma experiência que tive ao ler o livro Gestalt-Terapia, do Pearls. Ele fala sobre a vivência inautêntica, de como aceitamos o social como sendo o nosso eu. Bom nós nunca somos. Em todos os momentos estamos. Por exemplo: não sou psicólogo, estou psicólogo; não sou Felipe, estou Felipe.
A consciência se define pelo fato de o foco estar em algo, ela é intencional. Então, apenas estamos algo, ou de alguma forma, em algum momento, ou em todos os momentos. Para "ser", teríamos que ser completos, acabados, e isso nem com a morte conseguimos. Teríamos de ser nada o tempo inteiro. A única possibilidade de "ser" e não apenas "estar" é Deus, não este que aprendemos na igreja, mas um quantum, ou total de conhecimento, saber, melhor dizendo, um tudo, o tudo. Este é e não apenas está. O tudo é o tempo inteiro, aí não falamos mais de tempo, pois o que "é" não se vale do tempo, para ele o infinito é o tempo.
"Estamos" o tempo inteiro e este estar é presente. Não existe o passado ou o futuro, apenas nostalgia e expectativas.
"Estar" é complicado, cansativo, chato, mas proporciona em alguns momentos prazeres impossíveis de se mensurar. Que pena que Deuses não podem tê-los. Talvez seja desta feita a guerra dos Deuses com os homens.

Prefiro então "estar" sofrendo do que não saber que "sou"!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Blind my eyes

Esta é a verdade, o mundo gira, o mundo pulsa e estamos cegos...
Nossa vida é essa, deixa a vida me levar...
E assim vou vivendo...
Deixa a vida me levar...

Mas um dia a venda cai e a vida deixa de nos levar...
É duro sem a venda, mas pelo menos é...
O peso da vida é medido em toneladas...
Vida leva eu...

Mas súplicas não adiantam...
Agora a vida é sua...
Viva a vida, agora tu és Atlas...
Veja...

Viver não é bom, o escargot é escasso...
A fome também é sua, veja...
Agora podem partilhar o vazio com você...
Don't blind your eyes again...

Viva com o peso da vida...
Suporte...
Carregue este peso...
Não se engane o mundo é vermelho...

Gira mundo,gira...
Enquanto pensas, gira...
Tudo ocorre em sua vida...
E sua vida ocorre em si...

Agora aquele que te cria, morre...
Te dou a vida pela morte...
Toma-lhe posse, faça-te dono...
Agora você é o glorioso e fracassado dono do Mundo.

Ensaio Filosófico




"Ser filósofo é participar da criação. É viver por um segundo. É ser Deus, também é uma falha nas malhas do destino, um momento único, um insight em que se participa do todo, do totvs. As amarras se soltam, neste momento você é Deus. É a extrema hamonia entre os quatro elemento do ser. O que se deve buscar é o memento, o que sobra é algo que só serve para você. Só você foi Deus e naquele momento, é solitário. Todos te seguirão, mas nunca serão como você foi.

Deus é imortal, realmente ser supremo, vive eternamente aquele momento. Entendo agora o Eterno Retorno. Deus não pode ser seguido nem adorado. Deus é aquele momento. O que seguimos é o que resta de Deus. Pegadas que o momento nos deixa. Talvez por isso o sigamos, pois tudo tem ligação, assim associamos que ali é o caminho. Mas quando um seguidor chega a Deus? Nunca. Para tanto deve-se permitir criar.

Somos atomos reorganizáveis e só devemos hamonizar para ser o todo, ser Deus, ser a criação.

Deus, suprema harmonia, criação, criatura e criador. Quem o segue nunca encontra. Deus só acontece para aqueles que se harmonizam sob o nada, sob a possibilidade de ser e não-ser.

Deus só acontece sobre o não ser.

Deus só acontece para aqueles que querem entender o nada. A ciência é o Anti-cristo, o supremo Ateu. Deus é perfeição, porém não se encontra perfeição em ciência. A perfeição é anterior a esta.

Tudo que resta é o imperfeito.

Somente "o que é" verdadeiramente existe e é perfeito. Todo o resto não passa de códigos que se repetem em busca de um vazio, pois o que já foi Deus salta aos olhos, porém não sabem como chegar, acreditam que devem seguir.

Tolos, ledo engano.

Como encontrar Deus? Não procure, não procure nada. A dúvida, a angústia vira, ela o levará até lá. Quando o Nada existir o tudo existirá.

Quando a conexão é cortada, quando voltamos a ser humanos, tentamos mostrar nossas idéias, fazer o mundo segui-las. E seguirão, porém, isso tira a nossa divindade. Deixamos o elo fraco. Passamos a ter emoções humanas, egóicas, enquanto que em estado divino apenas deixamos as idéias, sentimentos, pensamentos e intuições surgirem. E aí sim as vivemos. É a única forma de viver. Viver o presente é ser Deus, é ver a criação.

Agora é hora de mostrar!"





ME SIGAM NO TWITTER

FOLLOW ME --- TWITTER

Humano

Não existe o fim?
O início nunca existiu!
O nada é tão improvável
Quanto é o tudo
Há apenas um não ser que se
Desfaz durante algo que
Não é o tempo.

Se nada existe, se tudo não é,
O que sobra é uma constante,
Imutável fantasia que surge
Em tempo nenhum, e nenhum lugar.

Ela se põe a disposição
de todo aquele que não é
Em tempo indefinido,
Sem espaço.

Um dia, por ironia,
Isto Tudo que não é,
Não existe,
Não está,
Foge do tempo,
Se denominou "Humano"

Ensaio Sobre o Sexo

Qual a concepção que se tem do sexo hoje? Pensamos em uma liberaria, aquele tempo opressor passou, ou em uma científica em que podemos estudar, ou ainda naquela neurótica de outrora...
Há uma concepção interna, pessoal, o que fica claro é que sexo, acaba se tornando algo de que ninguém sabe falar, usar, aproveitar. É mais uma briga, uma disputa, para ver quem vai gozar primeiro, quem faz o outro gozar mais, quem é o melhor. Não pensem que isto é próprio do mundo masculino, uma mulher pode dormir totalmente frustrada por não fazer um homem gozar. Estes conceitos aparecem como se fossem obrigações pessoais, mas na verdade elas são internalizadas através de verdades sociais, temos de ser aquele que leva ao prazer.
O prazer real somente surge da libertação, daquele sexo em que duas pessoas se encontram com liberdade para serem quem são e se satisfazerem mutuamente em uma relação única que leva ao orgasmo e dispersão real da energia pelo corpo. Não existe a obrigação de o orgasmo ocorrer em conjunto. Sexo é justamente a não obrigação máxima, a liberdade da ao outro para lhe elevar a status divino. Todas as regras e treinos ensinados nada têm a ver com a busca por essa sensação. O pejorativo não funciona nesta relação.
Sexo é a forma de liberdade máxima, que é mal praticada por nós. Não existe aquela coisa de “sou bom de cama”, existe “somos bons de cama”, ou seja, sexo só é bom a dois, quando um se prioriza, tanto na busca de prazer próprio, como na busca de prazer para o outro, é alguma coisa, que pode ser boa, mas não é um bom sexo.
O único momento em que conseguimos anular nosso ego, ou focarmos tanto nele que perdemos a noção de si, é nesta relação sexual conjunta.
Então, sexo que é sexo, liberta, transforma, atualiza o ser ao universo!"

ME SIGAM NO TWITTER

FOLLOW ME --- TWITTER

Considerações Sobre a Felicidade

É fato para mim que a realidade e a felicidade estão separadas por uma linha intransponível. Pergunto-me o que seria mais eficaz, interessante, mas não sei.
Como existencialista (no sentido de ver o mundo), algo que não consigo deixar de ser, acredito que a existência precede a essência, que a angústia move o mundo, que o ser está sempre para o não ser o que lhe causa dor, o que também é bom. A falácia de o existencialismo ser um humanismo é tosca, já que quando este o for, estaremos aceitando uma liberdade que aprisiona. Porém, acredito que esta é a realidade.
Já para a felicidade o caminho também não é fácil, temos de realizar uma transformação bio-psico-social, algo que ultrapasse o espiritual, transcenda, e aí estamos falando da forma certa ou errada, outra falácia seria a dos terapeutas de dizerem que não há o caminho certo, pois para estes o certo seria a terapia.
O certo é que nada é certo, certo no sentido de certeza, tudo é algo provável, porém acredito que existam formas de ser feliz, no certo. Como eu posso dizer? Ser feliz não é difícil, mas eu não gosto muito. Ser um existencialista contestador não me faz feliz, mas me dá um certo tesão, um prazer, que fica essencialmente no campo do intelecto e se estende ao social, porém nunca ao corpo, o trabalho conjunto é árduo e difícil, mas sempre acho que o corpo, o soma é dispensável..... É estranha essa relação, concordo com o taoísmo, a harmonia é vital, mas não a consigo e tão pouco a almejo, apenas sei de sua necessidade.
Não sei se quero ser feliz, ou se a angústia me faz feliz. Também não sei se sou um angustiado de nascença... imutável.... só sei que essas questões me parecem indissolúveis e não quero deixá-las.

Todo Início

Todo Início, por mais que não exato, tem de ser apresentado.
A minha apresentação consiste em dizer que irei compartilhar o meu beco existencial, aquilo que fica nas entre-linhas da nossa existência.
E assim, me faço hoje, o editor do Beco Existencial!