O que te leva a ser um psicoterapeuta-psicólogo?
O que leva alguém a ser psicoterapeuta?
O que leva alguém a ser psicólogo?
Bom, particularmente somente questiono a mim. As vezes me pego em meio a estes questionamentos, os quais neste momento são a minha vida, posto que a eles direciono toda a minha energia. Enquanto escrevo muitas letras passam em meu complexo neuronal, porém poucas se fixam e algumas vão formando palavras e frases. Esperava que quando começasse a escrever algo fizesse sentido, porém apenas faz na semântica.
Não escolhi fazer psicologia conscientemente, eu queria fazer filosofia. Mas todos me desacreditavam, então um dia disseram, faça psicologia. E no teste da revista deu psicologia. A partir daí eu fiz psicologia, o curso. Mas não me tornei psicoterapeuta-psicólogo assim.
Durante 90% do meu estágio eu fui apenas um estudante de psicologia, e não um psicólogo. Porém, no último mês de faculdade eu comecei a questionar o tal do "Rogers" (que até então figurava como Deus em meu mundo pessoal). Aí, nasci como psicólogo, ou seja um estudioso dos processos psíquicos. Nenhum segui-dor pode ser tão bom, a dor tem de ser nossa para sabermos (eu sei que é masturbação mental, mas foi natural, aconteceu, então esta aí! e porque eu estou me explicando?). Ninguém que segue aprende ou cria. Desisti de seguir e passei a estudar.
Estudei todos os meus pacientes, estudava (e estudo) suas reações em relação às minhas intervenções, em relação à minha postura. Eu sentia o ambiente, as conexões faziam sentido, não apenas eram repetidas. Não era mais o caso de saber se eu devia reiterar ou não, eu apenas sabia que eu devia reiterar pois isto faria bem. Aos finais eu anotava o que tinha aprendido. Algumas coisas eu mudava, atualizava, lia outros autores e associava idéias. Em grande parte eu via que Rogers estava certo. Mas agora EU sabia, não apenas lia, copiava, fazia, e esperava a minha supervisora corrigir, eu era uma parte ativa do processo.
Bom, este foi o primeiro caminho, após isto eu conheci mais profundamente Fritz, a Gestalt, o Zen, Frankl, e outros. Quando digo profundamente quero dizer que fui psicólogo em relação à eles, e não um mero seguidor.
Não quero dizer que crio teorias, apenas que analiso-as de igual para igual, me sinto capaz de julgar as intervenções de grandes teóricos sem torná-los Deuses.
A segunda fase, como descrever um psicoterapeuta, e por quer ser um?
O que determina ser psicoterapeuta? É aquele que se PRÉ-ocupa do indivíduo? É aquele que se importa? É aquele que quer trazer ao individuo o bem-estar? Para estas perguntas não tenho respostas. Poucos teóricos para mim se mostram importar com a pessoa que estão tratando. Todos parecem ser estudiosos da psique, porém poucos parecem ser psicoterapeutas. Bom, sem querer respondi a minha pergunta. Realmente penso que o psicoterapeuta é aquele que almeja levar o seu cliente-paciente a uma vivência mais consciente, ou à uma vivência mais plena, ou ainda ajudá-lo apenas a se entender. Não sei se já me tornei um psicoterapeuta. Acho que estou no processo. Mas sinceramente, vejo que poucos são. Acredito que a faculdade promova no SER-PSICÓLOGO um distanciamento desta realidade humana. Nós nos distanciamos para entender. Mas como diria Jung, isto é impossível, pois o nosso objeto de estudo somos nós mesmo.
Termino minhas considerações mais confuso do que iniciei. Sei que sou psicólogo, sei que não sou ainda psicoterapeuta, sei que muitos não são, mas não sei o que devo ser!!!!