O Beco

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quinta-feira, 11 de março de 2010

What's the point?

O que te leva a ser um psicoterapeuta-psicólogo?
O que leva alguém a ser psicoterapeuta?
O que leva alguém a ser psicólogo?

Bom, particularmente somente questiono a mim. As vezes me pego em meio a estes questionamentos, os quais neste momento são a minha vida, posto que a eles direciono toda a minha energia. Enquanto escrevo muitas letras passam em meu complexo neuronal, porém poucas se fixam e algumas vão formando palavras e frases. Esperava que quando começasse a escrever algo fizesse sentido, porém apenas faz na semântica.

Não escolhi fazer psicologia conscientemente, eu queria fazer filosofia. Mas todos me desacreditavam, então um dia disseram, faça psicologia. E no teste da revista deu psicologia. A partir daí eu fiz psicologia, o curso. Mas não me tornei psicoterapeuta-psicólogo assim. 

Durante 90% do meu estágio eu fui apenas um estudante de psicologia, e não um psicólogo. Porém, no último mês de faculdade eu comecei a questionar o tal do "Rogers" (que até então figurava como Deus em meu mundo pessoal). Aí, nasci como psicólogo, ou seja um estudioso dos processos psíquicos. Nenhum segui-dor pode ser tão bom, a dor tem de ser nossa para sabermos (eu sei que é masturbação mental, mas foi natural, aconteceu, então esta aí! e porque eu estou me explicando?). Ninguém que segue aprende ou cria. Desisti de seguir e passei a estudar. 

Estudei todos os meus pacientes, estudava (e estudo) suas reações em relação às minhas intervenções, em relação à minha postura. Eu sentia o ambiente, as conexões faziam sentido, não apenas eram repetidas. Não era mais o caso de saber se eu devia reiterar ou não, eu apenas sabia que eu devia reiterar pois isto faria bem. Aos finais eu anotava o que tinha aprendido. Algumas coisas eu mudava, atualizava, lia outros autores e associava idéias. Em grande parte eu via que Rogers estava certo. Mas agora EU sabia, não apenas lia, copiava, fazia, e esperava a minha supervisora corrigir, eu era uma parte ativa do processo.

Bom, este foi o primeiro caminho, após isto eu conheci mais profundamente Fritz, a Gestalt, o Zen, Frankl, e outros. Quando digo profundamente quero dizer que fui psicólogo em relação à eles, e não um mero seguidor.

Não quero dizer que crio teorias, apenas que analiso-as de igual para igual, me sinto capaz de julgar as intervenções de grandes teóricos sem torná-los Deuses.

A segunda fase, como descrever um psicoterapeuta, e por quer ser um?
O que determina ser psicoterapeuta? É aquele que se PRÉ-ocupa do indivíduo? É aquele que se importa? É aquele que quer trazer ao individuo o bem-estar? Para estas perguntas não tenho respostas. Poucos teóricos para mim se mostram importar com a pessoa que estão tratando. Todos parecem ser estudiosos da psique, porém poucos parecem ser psicoterapeutas. Bom, sem querer respondi a minha pergunta. Realmente penso que o psicoterapeuta é aquele que almeja levar o seu cliente-paciente a uma vivência mais consciente, ou à uma vivência mais plena, ou ainda ajudá-lo apenas a se entender. Não sei se já me tornei um psicoterapeuta. Acho que estou no processo. Mas sinceramente, vejo que poucos são. Acredito que a faculdade promova no SER-PSICÓLOGO um distanciamento desta realidade humana. Nós nos distanciamos para entender. Mas como diria Jung, isto é impossível, pois o nosso objeto de estudo somos nós mesmo.

Termino minhas considerações mais confuso do que iniciei. Sei que sou psicólogo, sei que não sou ainda psicoterapeuta, sei que muitos não são, mas não sei o que devo ser!!!!

5 comentários:

  1. Gosto da palavra terapeuta. E só. É essa que pretendo usar, sem conflitos. Mas não digo que esse TORNAR-SE TERAPEUTA seja algo fácil... é um longo caminho, e muito difícil, um esforço grande em muitos níveis, além de um trabalho delicado e delicioso de experienciar... abraço!

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  2. Gosto do seu comentários pois, sempre podemos debater, e para mim é enriquecedor!
    Bom, eu nunca consigo pensar em ser terapeuta sem conflitos! Eu gostaria de apenas ser! POrém, não é o que ocorre. Acredito que sempre mudo a minha concepção sobre o papel e objetivo do terapeuta. Não consigo simplesmente. No início de um texto eu tenho uma concepção que se altera ao final do mesmo. Abraço!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Compreendo o seu ponto de vista.
    Quando me refiro a não ter conflitos, é somente em relação ao nome que se adequa melhor a mim, como profissional dessa área, apenas isso. Esse "apenas ser", creio eu, é uma construção que se dá a cada momento, mesmo quando, inclusive, escolhemos o "não-ser" alguém ou algo.
    Sobre papéis e objetivos, eu posso dizer que nem chego a pensar nisso, devido ao meu foco no processo, considerando que as possíveis consequências de um tratamento ou vivência e o nosso posicionamento como profissionais, segundo o que penso, são variadas e não podem ser medidas ou calculadas ou projetadas, pois as percepções e conclusões do processo como um todo podem ser inúmeras... obrigado pela visita e volte sempre ao meu blog (desculpe-me por escrever tanto, mas espero que tenha entendido). Abraço!


    http://francorebel.blogspot.com/

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  5. Escreva o quanto quiser........
    E sim, entendi a sua posição, acredito que estamos muito focados nas palavras e não como você disse no processo........ blz......... legal!!!

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