O Beco

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sábado, 13 de março de 2010

Influenciar ou não Influenciar, eis a questão!!!

Em um WorkShop feito em Esalen fizeram a seguinte pergunta a Fritz:
P: Dr. Perls, quando o senhor estava formulando e experienciando o que veio a ser a Gestalt-Terapia, eu quero ter certeza, eu quero ouvir o senhor dizer, parece que é um processo de descoberta. Mesmo assim, eu acho que as pessoas podem dar um jeito de se adaptar às expectativas do terapeuta; por exemplo, eu aqui sentado vejo uma pessoa depois da outra ter uma polaridade, um conflito de forças, e eu acho que também consigo. Mas eu não sei até que ponto seria algo espontâneo, embora eu ache que sentiria que é espontâneo. O senhor experiencia pessoas há muito tempo. nós estamos nos adaptando ao senhor, ou o senhor nos descobriu?

F: Não sei. Toda a minha definição de aprendizagem é que aprender é descobrir que algo é possível, e se eu os tiver ajudado a descobrir que é possível resolver uma quantidade de conflitos internos, conseguir um armistício na guerra civil dentro de nós mesmos, então teremos conseguido algo.

Eu li o livro em que este trecho se encontra à 2 anos. Hoje voltei a lê-lo. Somente hoje esta passagem se fez presente para mim, pois antes esta era uma questão indiferente. De certa forma somos aliciados (terapeutas existenciais) a nunca influenciar. O indivíduo deve escolher. É lógico que já se conta com um certo nível de influência dentro de um setting terapêutico, porém (pelo menos em minha vivência), sempre sentir uma pressão muito grande para que a descoberta fosse somente do cliente, que eu não a alterasse. Isto eu entendo, no entanto sei que a minha influência pode ser positiva ou negativa, sendo assim, como diz Fritz: "...se os tiver ajudado a descobrir que é possível resolver ... conflito internos..." terei conseguido algo.

Ah! Descobri (então) o que é ser psicoterapeuta!

4 comentários:

  1. Olá,
    Parabéns pelo blog. Conheça os meus blogs:
    www.imperativocientifico.blogspot.com
    (divulgação científica) e
    www.petalasesepalas.blogspot.com

    Abraço
    Rafael

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  2. Maravilhoso o Fritz, e essa frase eu simplesmente adoro: "aprender é descobrir que algo é possível"... as técnicas da Gestalt-terapia, pelo o que conheço dessa abordagem, proporcionam uma integração de polaridades e uma conscientização do cliente por ele próprio, de tal forma que o trabalho é praticamente todo do cliente, considerando que o melhor caminho para a vida dele ninguém pode sequer apontar, já que quem sabe da vida do cliente é somente o próprio cliente e ponto. Muito bom esse trechinho, mas cadê as referências?... Fiquei curioso...

    http://francorebel.blogspot.com/

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  3. Estão no Gestalt-Terapia Explicada! Está ao final do livro, nas últimas 50 páginas! Porém não tenho a exatidão, pois no momento o livro está emprestado!
    Mas concordo que o Fritz seja fenomenal!

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  4. Só conheço a versão virtual do Gestalt-terapia Explicada, mas como algumas páginas são ocultadas devido aos direitos autorais e eu não gosto de ler livros parciais e nem inteiros pela internet, provavelmente jamais iria saber de onde era esse fragmento... valeu!

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