O Beco

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"Por uma PSICOLOGIA MUITO MAIS HUMANA"

Existe uma discussão entre os psicólogos existencialista sobre qual o dever da terapia. Acredito que no pouco contato que tive com estes é quase um consenso a atitude de levar o paciente a uma vida mais autêntica. Lógico que com o objetivo de que ele faça suas escolhas. Mas isto é possível? Acredito que todo psicólogo humanista ou existencialista tenha como objetivo, previamente estabelecido, pelo menos levar o seu cliente a uma existência mais plena.
Isto é quase um preconceito. O paciente ou cliente nunca quer isto. Se este chega ao consultório com queixa de impotência ele não quer saber o porque disto, ou se isto tem algo a ver com seu passado, ele quer apenas resolver o problema.
É lógico que um terapia nunca acaba, nunca seremos completos. Mas isto não quer dizer que o seu cliente deva fazer terapia por toda uma vida, o que é o ponto de orgulho de muitos psicólogos, os quais levaram seus pacientes a isto. É muito fácil em uma relação de transferência levar um paciente a acreditar que não está bem para a vida. Não digo que os psicólogos o façam deliberadamente. Somente que eles o fazem.
Voto por uma psicologia muito mais humana, em que daríamos maior valor para a opinião do paciente, ou como diria Rogers “se você teve a coragem de começar uma terapia eu confio na sua capacidade de decidir quando parar”.

4 comentários:

  1. O bom terapeuta tem a técnica, e o cliente, com o tempo, precisaria, no mínimo, desejar se conscientizar em relação à própria vida, no caso de uma terapia fenomenológico-existencial.

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  2. Se o paciente passa toda a vida com o analista, isso quer dizer que se tornou dependente. No entanto, é sempre bom termos alguém para nos ajudar na descoberta pessoal, porque não conseguimos ver o que está "atrás da nossa cabeça".

    Pra mim é uma dicotomia: apesar de que, para mim, considero válido fazer terapia por toda a vida, já que isso significa um auxílio ao meu próprio desenvolvimento psíquico, eu não desejo isso para o paciente normal, que quer apenas resolver um problema.

    Terapia para a vida toda não é pra todo mundo não. Tem que querer muito...

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  3. Não vejo realmente desta forma. Eu não deveria me situar então entre os terapeutas existencialistas, pois não acredito que o paciente deva "algo específico". Não espero isto dele. Não sou um frustrador como Fritz, nem sou um acolhedor como outros. Eu apenas almejo que o paciente se ouça, a partir daí as escolhas são dele. É lógico que parece meio utópico, porém tudo que um terapeuta pensa é utópico, apenas o que o paciente (cliente) pensa pode ser concreto.
    Ah! Eu entendo o seu pensamento Silas, por mais que não concorde. Didáticamente foi assim que aprendi, que alguns ficariam para a vida toda e que outros não aguentariam. Existem artigos que dizem qual o tipo de paciente que se saí melhor em terapias (se isto é possível). O que me intriga é que se não colocarmos padrões, normas, ou metas para nossos pacientes, todos se sairão bem, pois a princípio não espero nada dele. Acredito que assim, ele irá poder decidir se escolher ou não.

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  4. Isso daria uma enorme discussão... mas, acima de tudo, concordo com Perls.

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