Sabe aquela frase que você ouve a faculdade interira e depois e depois e depois, então, ela não sai da minha cabeça pois a li em um blog esta semana. A frase é a seguinte: "Intervenções diretivas não solucionam problema só deslocam sintoma".
Aprendi esta palavra com o Fritz Perls que tem uma sonoridade muito legal, e que se aplica a esta situação BULLSHIT!!!
A teoria é a seguinte, grande parte dos teóricos e psicólogos acreditam que a Terapia Cognitiva trabalha no umbral da psicologia, ou como alguns dizem, trabalha com senso comum, que nenhuma intervenção da cognitiva (por ser rápida) poderia trazer um resultado duradouro, saudável e amadurecedor. É claro que nem todos pensam assim, mas a grande maioria pensa, pelo menos a grande maioria com quem tenho contato. Sendo assim, resolvi escrever um texto para mostrar como esta ideia é arrogante e sem sentido.
Existe uma abordagem que preconiza que a única forma eficaz de não deslocar sintoma é a sua forma de intervenção e que as abordagens diretivas apenas causam uma sensação de alívio do sintoma, pois este foi deslocado e não resolvido. Este grande teórico, que na época escreveu sobre deslocamento de sintoma, com certeza não havia estudado o grande desenvolvimento que teve a TC nas últimas décadas, na verdade ele nem sabia que a TC chegaria a existir, então vamos analisar o que pode ter ocorrido?
1) Este ou estes, teóricos tentaram se utilizar de intervenções diretivas e não consiguiram obter resultados satisfatórios, sendo assim, incorreram no erro clássico de generalizar e deduzir que nenhum outro psicólogo conseguiria tal feito. Chegou a dizer que causaria um deslocamento de sintoma. Por conseguinte os seus seguidores ensinaram os seu alunos que foram ensinando outros e outros. E hoje, temos muitos seguidores que nunca tiveram experiência parecida e mesmo assim afirma com base em textos jurássicos que é impossível uma abordagem diretiva e rápida não deslocar o sintoma. Resultado, mediram os outros por sua incopetência;
2) Eles eram muito competentes em abordagens diretivas e realmente provaram (não científicamente) que estas abordagens são ineficazes, e os outros teóricos que vieram depois deles e preconizaram a eficiencia de abordagens diretivas são meros chalatões;
3) Eles nunca atentaram para uma possibilidade real de intervenção diretiva como existe hoje. O desenvolvimento que se teve na abordagem cognitiva é estrondoso, e muitas técnicas foram aperfeiçoadas fazendo com que fosse possível uma intervenção eficaz que levasse o individuo à solução de transtornos e ao amadurecimento do Self.
Bom, acredito que minha posição esteja clara, então vamos para outros fatos.
Estes seguidores:
- nunca chegaram a testar uma abordagem diretiva e acreditaram cegamente nos seus mestres, sendo assim, também disseminam a crença de que é impossível uma boa abordagem diretiva como a TC trazer resultados duradouros;
- ou, foram terapeutas cognitivos e nunca obtiveram bons resultados com a TC, sendo assim, supõe que a forma de terapia esteja errada e não que eles foram incompetentes na aplicação da mesma;
- ou, foram terapeutas cognitivos e não possuíam o estilo de personalidade condizente com o estilo de terapia;
Em qualquer uma das formas fica provado que esta ideia é totalmente sem sentido, visto que a abordagem da TC é uma das abordagens com maior compravação científica, e que estes falam sobre o que acham e sobre o que lêem em livros TEÓRICOS e não em artigos científicos!
Para todos estes psicólogos só tenho uma palavra: BULLSHIT!
Para todos estes psicólogos só tenho uma palavra: BULLSHIT!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFelipe, você foi feliz nas suas colocações e não estou aqui para jogar confete pra cima porque somos amigos ou temos simpatia pela abordagem, é importante que esclarecimentos como estes sejam feitos, porque nossa psicologia tem ficado pra traz com relação à outras profissões por causa disto, ou seja achar que a excelência já teria sido alcançada à muito tempo atrás e que não adianta pesquisas por novos métodos ou técnicas.
ResponderExcluirOuvi do Samulski( Presidente da sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte) que faz muito tempo que um psicólogo não ganha um prêmio nobel, porque poucos fazem pesquisas e muitos querem continuar trabalhando com técnicas seculares, se não encararmos o trabalho de renovação e pesquisa estaremos fadados a ficar a margem deste mercado terapêutico que cada dia mais exige resultados e no menor tempo possível.
Certamente este é o caminho... espero que outros também pensem assim...
ResponderExcluirSó para constar, ele é na verdade presidente da Sociedade Sulamericana de Psicologia do Esporte, além de ter participado como membro da delegação brasileira em Paraolimpiadas em Sidney. Uma vez Samulski disse que na Alemanha algumas teorias já são ultrapassadas e todas universidade investem em comprovações científicas na área de TC, Neurociências, e até Gestalt...
Muito bom...é inadimissivel ficarmos discutindo teorias centenarias enquanto as ciencias estao cada vez mais atualizadas..o mundo nao pede licença aos arcaicos, ele gira e os esmaga com inovaçoes e descobertas!!
ResponderExcluirponto para quem tem essa visão!
Abraçao irmaos....sempre bom falar com vcs!!
André Tomé
Olá. Seu texto é interessante e percebo que você busca por um entendimento científico ou no mínimo mais preciso de campos que lidam com comportamento humano. Seu discurso, porém, esta fortemente pautado nas ciências cognitivas, a qual alguns teóricos tecem críticas que tratam da influência da linguagem mentalista nesses campos e como eles são prejudicados por isso. Sugiro que leia os trabalhos de B. F. Skinner, teórico criticado de forma errônea como reducionista, porém ele demonstra argumentativamente e experimentalmente que a mente não existe enquanto objeto. Temos sim emoções, pensamentos e sentimentos, mas esses eventos são comportamentos (da esfera privada) do mesmo modo que os comportamentos observáveis e são passíveis de serem afetados pelas mesmas variáveis. Sendo assim, a cognição não tem um status de causa no comportamento. A concepção comportamental não desenvolve conceitos hipotéticos para explicar o comportamento, como motivação por exemplo. Se Joãozinho estuda horas à fio, diz-se comumente que ele é motivado. Mas a motivação é inferida do comportamento, sendo assim é um termo descritivo e não uma entidade interna ou metafísica. A motivação é comportamento repetido em um grande intervalo de tempo e sua causa é perfeitamente explicada por esquemas de reforço.
ResponderExcluirSe você tiver interesse em saber mais a respeito me contate que lhe enviarei referências. Meu ganho é auxiliar no desenvolvimento de bons profissionais em uma área que enfrenta grandes desafios, sobretudo no Brasil.
Penso que não há como determinar qual intervenção vai "solucionar" alguma coisa ou deslocar um sintoma - seja lá o que isso realmente signifique.
ResponderExcluirPerls tem ótimas palavras para nos ensinar, mas o que ele tem de melhor ainda é a potência da linguagem não-verbal.
Muito interessante o seu texto e o seu blog.
Seguindo.
Cleber.