Todo o processo de ensino que vivi em minha faculdade pode ser descrito como “masturbação mental”. Muito se leu e discutiu, mas pouco se vivenciou, experienciou e realmente compreendeu.
Um dos exemplos é a capacidade de desumanização que a faculdade provoca nos alunos que se sentem mais dotados de capacidade cognitiva. Digo isto porque muitos dos que não se sentem dotados destas capacidades não se empenham em compreender ou em masturbação, vão à faculdade a passeio.
Dirijo me então a estes de quem chamo de masturbadores mentais, dos quais fiz e ainda, mesmo que em menor escala, faço parte. Estes indivíduos são ensinados a teorizar o homem através de pulsões, condicionamentos, ou características existenciais. Discutem teorias, conhecem Freud, Jung, Adler, Rollo May, Rogers, Beck, Skinner e outros, e conseguem articular primorosamente seus pensamentos em uma folha de papel. Mas o que muitos não sabem é o que é o ser humano. O que muitos não conhecem é a vivência do ser humano, sua dor e suas misérias.
Um dia uma professora minha me disse que sempre que formos ler algo deveríamos ir direto a fonte, se formos estudar Piaget, devemos ler livros do próprio, se formos ler Freud, devemos ler livros do próprio. Hoje vejo que esta concepção de ir direto a fonte foi entendida e em certa parte explicada de forma insatisfatória. Ir direto a fonte é beber da mesma água, viver o que ele viveu, se estudo Piaget tenho que fazer experiências com crianças e entender como elas pensam. Devo estudá-las construtivamente, sem esperar que algo aconteça, devo tentar antes observá-la, logo após um relato do que aconteceu a professora entraria com a teoria.
Não digo que os professores não nos estimulam a isso, digo apenas que o estímulo é parco em vista do estimulo à leitura. Hoje sei que muita coisa que li e disse foi mera masturbação mental. É lógico que aqueles autores, em sua maioria estavam certos quanto suas teorias, porém eu não as havia vivenciado e sendo assim, não havia compreendido o que realmente queriam dizer.
Alguns professores realmente nos instigavam a estas experiências e admito que também fui um pouco negligente , achava tudo muito difícil e não gostava de procurar os estágios. E ainda nos estágios, pelo menos em alguns, conseguíamos essas vivências.
Mas minha crítica recaí sobre a “high way”, sobre a base de trabalho, que a meu ver, poderia ser mais construtivista, ou seja, deveríamos viver mais o que aprendemos. Desculpem-me os psicanalistas, mas eu não compreendo o conceito de pulsão, apenas o entendo em sua extensão teórica, aquilo que fica entre o psíquico e o somático. É lógico que não espero que haja demonstrações de como funciona a pulsão em sala de aula. Mas isso apenas reforça o que eu penso e aprendi com Fritz, a faculdade é um grande centro de masturbação mental.
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