Bom, qualquer um que já tenha lido este blog pode perceber como eu não gosto de análise....
Não é bem assim. Eu tenho uma simpatia por Jung. Ele sempre foi um cara consciente e soube o seu lugar, nunca pretendeu abraçar o mundo com as pernas.
Lendo o seu livro "A prática da Psicoterapia" percebi muitas coisas interessantes.
Percebi que Jung escreve com verdadeira paixão sobre a alma humana. Ele provalvemente tinha como a principal atividade da sua vida o estudo da alma humana. E vc psicólogo, tem como principal atividade de sua vida o estudo da alma humana? (Eu me perguntei isto e cheguei a conclusões terríveis)
A partir desta questão cheguei a uma resposta um pouco desanimadora. "Não se pode viver de psicologia. Só se vive de dinheiro. Mas pode-se viver a psicologia se houver dinheiro."
Esta constatação me chegou com força total. Não dá para atender pensando que você precisa do dinheiro, com certeza isso irá lhe atrapalhar. Provavelmente um bom psicólogo não pode ter essa preocupação.
Isto já aconteceu comigo e cheguei a conclusão que não farei da psicologia a minha forma de "ganhar" a vida, mas farei da psicologia a minha vida, assim como era feito na faculdade.
Outras constatações:
Esta é uma parafrase, não copiei o texto integral. Mas a idéia é esta. Existem questões relativas ao homem que são genéricas, podemos dizer de todos. Porém, a individualidade NUNCA DEVE ser interpretada. Assim, a pessoa não se desenvolve, mas sim se perde na massa e vira um cordeiro no meio do rebanho. Não que eu faça isso, mas acredito que muitos junguianos o fazem, porém não devem ter lido este trecho do livro. A minha professora que era formada em psicoterapia junguiana (ele mesmo diz psicoterapia e não análise) nunca havia me dito isso e ainda me questionava o porquê de não interpretar. Bom, para quem também se perguntava, aí está a resposta!